Agora cresceu a menina

Ao dezesseis anos começou então a trabalhar em uma transportadora, onde dali tirava o sustento para ajudar sua mãe na criação de seus irmãos, a vida era dificil, deram autorização para construir uma pequena casa no fundo do terreno que ficava na beira de um rio, no bairro cocaia em Guarulhos, quem mora lá sabe que quando chove aquele rio transborda e alaga todas as casas construídas as margens dele, ali foi muito sofrimento, quando chovia com o alagamento levava todas os mantimentos que já era pouco, e todos os móveis, isto acontecia sempre, quando começava a chover a preocupação era inevitável, já que as crianças ainda pequenas ficavam em casa, a mãe trabalhava na rodoviária de São Paulo era muito longe para chegar quando a chuva começava, então Ester que trabalhava perto, saía correndo do trabalho quando começava a chover para acudir as crianças que muitas vezes estavam em cima da beliche porque a água estava muito alta e chegava na tomada e energezivava a água, não deixando as crianças colocar o pé para descer, fora que a correnteza era muito forte para duas crianças de 4 e 5 anos andar, vejo que apesar das dificuldades, Deus não nos desamparava.
Seu pai a odiava porque a culpava pela separação de sua mãe, ele dizia que Ester havia morrido para ele, isto era muito triste para Ester já que ela o amava, sabia que ele era uma boa pessoa, apesar do seu vício no álcool.
Seu irmão mais velho já havia sido mandado para São Paulo alguns anos antes para morar na casa de uma tia, pois o pai era muito agressivo e certa feita tentou mantá-lo com uma tesoura, então a mãe para não ver o pai matar o filho teve que o enviar para SP.
Então a vida em Guarulhos foi dificultosa, os tios que moravam do lado não perdiam a oportunidade de humilhar as crianças porque eram pobres, maltrapilhas e famintas, muitas das vezes não tinham sequer um chinelo para colocar nos pés.



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